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Obaluaiê – Omulu – Senhor da cura, da evolução e da passagem
Saudação – Atotô
Festa – 16 de Agosto e 17 de Dezembro
Dia de Culto – 2ª Feira
Símbolos – Xaxará e filá
Cores – Branco e Preto – Branco, Vermelho e Preto
Número – 7
Bebida – Água de coco, água mineral sem gás
Comida – Acaçã, pipoca, bolinhos de milho, bife acebolado
Elemento – Terra
Ervas – Erva-guiné, canela-de-velho, barba de velho, ciprestes
Flores – Flores brancas e amarelas (excepto rosas)
Animais – Cão preto, morcegoe rato
Quizilas – Claridade e sapos
Local de Oferta – Cemitérios
Domínio – Senhor das doenças contagiosas, mas também da sua cura, dos mortos e cemitérios, do sol do meio-dia
Obaluayé
Omolú é a Terra! Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá que combate a varíola e todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.
È preciso esclarecer, no em tanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento, como comprovam os vulcões em erupção, domina as camadas mais profundas do planeta.
Toda a reflexão em torno de Omolú ocorreu colocando-o como um orixá ligado à terra, o que é correto, mas não deixa de ser um erro desconsiderar a sua relação com o fogo do interior da terra, com as lavas vulcânicas, como os gases etc. o que pode ser mais devastador que o fogo? Só as epidemias, as febres, as convulsões lançadas por Omolú!
Orixá cercado de mistérios, Omolú é um deus de origem incerta, pois em muitas regiões da África eram cultuados deuses com características e domínios muito próximos aos seus. Omolú seria rei dos Tapas, originário da região de Empé. Em território Mahi, no antigo Daomé, chegou aterrorizando, mas o povo do local consultou um babalaô que lhes ensinou como acalmar o terrível orixá. Fizeram então oferendas de pipocas, que o acalmaram e o contentaram. Omolú construiu um palácio em território Mahi, onde passou a residir e a reinar como soberano, porém não deixou de ser saudado como Rei de Nupê em pais Empê (Kábíyèsí Olútápà Lempé).
As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas prediletas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida.
Em África são muitos os nomes de Omolú, que variam conforme a região. Entre os Tapas era conhecido Xapanã (Sànpònná); entre os Fon era chamado de Sapata-Ainon,que significa ‘Dono da Terra’; já os Iorubás o chamam Obaluaiê e Omolú.
Conta a lenda que Omolú nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado pela sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos na sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê.
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar diretamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.
O aze guarda mistérios terríveis para simples mortais, revela a existência de algo que deve ficar em segredo, revela a existência de interditos que inspiram cuidado medo, algo que só os iniciados no mistério podem saber. Desvendar o aze, a temível máscara de Omolú, seria o mesmo que desvendar os mistérios da morte, pois Omolú venceu a morte. Debaixo da palha-da-costa, Obaluaiê guarda os segredos da morte e do renascimento, que só podem ser compartilhados entre o iniciados.
A relação de Omolú com a morte dá-se pelo facto de ele ser a terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida. O homem nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se forte diante do mundo, mas continua frágil diante de Omolú, que pode devorá-lo a qualquer momento, pois Omolú é a terra, que vai consumir o corpo do homem por ocasião da sua morte.
Obaluaiê andou por todos os cantos de África, muito antes, inclusive, de surgirem algumas civilizações. Do ponto de vista histórico, Omolú é a idade anterior à Idade dos Metais, peregrinou por todos os lugares do mundo, conheceu todas as dores do mundo, superou todas. Por isso Omolú se tornou médico, o médico dos pobres, pois, muito antes da ciência, salvava a vida dos necessitados; durante a escravidão, só não pôde superar a crueldade dos senhores, mas de doenças livrou muitos negros e até hoje muitos pobres só podem recorrer a Omolú que nunca lhes falta.
Também chamado de Obaluaiê, com o elemento terra e fogo do interior da Terra, é atarracado e pesado. Geralmente é um indivíduo rústico e desajeitado. Não sabe se comportar em sociedade, falta-lhe diplomacia e bom gosto. É um ser reprimido, frustrado, podendo tornar-se amargo e vingativo. É do tipo lento e perseverante. Firme como uma rocha, manifesta imensa perseverança. É conservador e não aceita facilmente mudanças. Humildes, alguns optam por uma vida de renúncia e pobreza. Este tipo não sabe lidar com as mulheres e não tem muito sucesso com elas. O relacionamento social é difícil; é agressivo, cruel e até perigoso.
Características dos filhos de Obaluaiê/Omolú
Os filhos de Omolú são pessoas por vezes dramáticas, pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.
Podem ser tornar deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice, mas, não se enganem, de uma hora para outra seu grande senso de humor aparece e se torna uma pessoa afável e amável contrariando seu comportamento anterior.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planejaram. Não são do tipo que levam desaforo para casa e, se sentirem ofendidos respondem no ato, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.
São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Omolú são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade e tiram a roupa do corpo se for preciso.
O lado positivo da maioria dos filhos de Omolú supera em muito esse lado autodestrutivo que todos têm uns mais, outros menos, mais tem sim.
São extremamente alegres, perseverantes, pacientes e amorosos, tiram a roupa do corpo para agradar uma pessoa, tratam o dinheiro pelo lado do prazer, da satisfação.
Extremamente fiéis a uma causa. A justiça para os filhos de Omolú não é a dos homens e sim a de Deus (Olorun), super limpos e vaidosos, ao contrário de muitos arquétipos, são na maioria muito bonitos, se não fisicamente, são espiritualmente e ainda tem grande afinidade pela atração que exercem nas pessoas. Tem uma capacidade mental atualizada ao seu tempo, raramente adoecem e quando acontece se recuperam mais rápido ainda.
As pessoas de Omolú têm a tendência da mudança propriamente dita, para qualquer coisa que desejarem, parecem dançar Opanijé o tempo todo, procurando por tudo. Trabalhadores incansáveis, filhos de Omolú numa roça fazem de um tudo, apenas não os magoem nem os tratem com indiferença, ciumentos são capazes de exageros, se sentem incompreendidos e, muitas vezes não sabemos o que lhes causam repentinas depressões.
Filhos do Sol e da Terra de Orixá vivo, os filhos de Omolú são maravilhosamente despretensiosos. Um tanto radicais, podem mudar de opinião de uma hora para outra. Também, céticos em sua fé, intuitivos, andarilhos e aguçados.
Feijão para Omolu
Ingredientes:
- 500g. de feijão preto
- dendê
- 01 cebola
- côco
Modo de preparo:
Prepare uma feijoada normal, porém tempere-a com cebola e dendê,
coloque a feijoada num alguidar e enfeite com côco cortado em tirinhas.